O empresário Leonardo Manzan destaca que o direito à energia deve ser compreendido como uma prerrogativa fundamental, especialmente em sociedades modernas que dependem da eletricidade para o exercício pleno da cidadania. A universalização do acesso à energia elétrica está intimamente ligada a questões sociais, econômicas e ambientais, exigindo do Estado não apenas a oferta do serviço, mas também sua regulação de forma justa e equilibrada. A Constituição Federal já garante direitos sociais básicos, e o fornecimento de energia tem se consolidado como indispensável à dignidade humana.
Sob essa perspectiva, é essencial reconhecer que o direito à energia vai além da simples disponibilidade física. Ele abrange também a acessibilidade econômica, a qualidade do serviço e a segurança jurídica nas relações de consumo. Assim, pensar na energia como direito fundamental implica garantir um modelo regulatório que concilie os interesses públicos e privados de forma equilibrada e eficiente.
O direito à energia e sua natureza fundamental
A energia elétrica, embora tradicionalmente considerada um serviço público, adquire contornos constitucionais ao se associar diretamente à garantia de outros direitos, como saúde, educação e segurança. De acordo com Leonardo Manzan, a essencialidade da energia para o desenvolvimento humano torna sua disponibilização uma questão de justiça social, sendo dever do Estado assegurar esse direito de forma ampla e contínua.
Nesse contexto, a energia não pode ser tratada unicamente como mercadoria. Sua natureza de bem essencial demanda políticas públicas que contemplem tarifas acessíveis, expansão da infraestrutura e proteção dos consumidores vulneráveis. A falta de acesso à energia também acentua desigualdades e compromete a inclusão socioeconômica de milhões de brasileiros, principalmente em regiões periféricas e áreas rurais.
Regulação e papel do Estado na garantia do direito à energia
O marco regulatório do setor elétrico é peça-chave para garantir a efetividade do direito à energia. Leonardo Manzan elucida que a atuação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), aliada a um sistema tarifário transparente e justo, é fundamental para assegurar o equilíbrio entre o custo do fornecimento e o interesse coletivo. A regulação eficiente deve promover segurança jurídica, estabilidade contratual e estímulo à concorrência no mercado.

Outro ponto importante é o incentivo à geração distribuída e às fontes renováveis, que contribuem para a democratização do acesso à energia. Ao mesmo tempo, é preciso fiscalizar a qualidade do serviço, evitar abusos por parte das concessionárias e prever mecanismos de compensação em casos de interrupções injustificadas. Assim, o Estado se posiciona como garantidor do direito à energia, promovendo inclusão e sustentabilidade.
Desafios sociais e econômicos do acesso à energia
A realidade brasileira ainda revela grandes disparidades no acesso à energia elétrica, especialmente em comunidades indígenas, quilombolas e assentamentos precários. Leonardo Manzan frisa que a superação dessas desigualdades exige investimentos robustos em infraestrutura, ampliação das redes de distribuição e programas específicos voltados à inclusão energética.
Ademais, a dimensão econômica do direito à energia é um fator crítico. Famílias de baixa renda, mesmo tendo acesso físico, muitas vezes não conseguem pagar pela energia consumida. Daí a importância da tarifa social e de políticas de subsídio cruzado, que garantam o mínimo existencial energético. Nesse sentido, reconhecer a energia como direito fundamental reforça a obrigação estatal de assegurar que ninguém seja privado desse recurso por razões financeiras.
Caminhos para uma política energética inclusiva e sustentável
Para avançar na consolidação do direito à energia como fundamental, é imprescindível integrar políticas públicas, incentivos fiscais e instrumentos regulatórios. Conforme analisa Leonardo Manzan, uma política energética moderna deve ser socialmente justa, ambientalmente sustentável e economicamente viável. Isso inclui fortalecer a governança do setor, ampliar a participação social nas decisões e fomentar a inovação tecnológica.
Adicionalmente, é fundamental investir na educação energética da população, promovendo o uso racional e consciente dos recursos. A democratização do acesso à informação permite que consumidores exerçam seus direitos com mais clareza e exijam a devida qualidade dos serviços prestados. Portanto, o futuro do direito à energia passa por um compromisso conjunto entre Estado, empresas e sociedade civil.
Autor: Hiramaki Thicame